quarta-feira, 18 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Oração, caminho de mão dupla

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Moisés a Davi

Oração, caminho de mão dupla



Leitura diária: Deuteronômio 3.23-29; 4.29
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 15, 16 e 17


Algumas situações na Bíblia nos convidam a refletir até, impropriamente, poderíamos dizer, sobre a justiça de Deus. A resposta negativa do Senhor a Moisés, quanto ao seu desejo de entrar na terra da promessa, é uma delas.

À uma primeira análise, nos parece inteiramente injusto da parte do Senhor, não permitir a entrada na terra, daquele líder que fora o instrumento desde o primeiro momento que a sua vontade se manifestou, para que isto acontecesse agora, ao final de quarenta anos de jornada;

- Afinal de contas fora predestinado pelo Senhor para isto quando o preservou da morte em sua infância, salvando-o nas águas do Nilo...
- Não podemos chamar de coincidência, mas sim de providência de Deus o fato de ser a filha de Faraó do Egito que vai tirá-lo das águas por meio de Miriam;
- Nem mesmo de simples conseqüência o fato de ter sido criado na corte do país mais desenvolvido da época, preparando-o assim para a obra que iria realizar;
- E muito menos de simples acaso, o fato de ter se identificado como hebreu, quando defendeu os seus irmãos que sofriam o castigo dos egípcios;
- Pior ainda, pensar que teria sido um desperdício de vida que o Senhor lhe impôs, os 40 anos que passaria em Midiã, para que o seu preparo se completasse para a obra que lhe tinha reservado realizar.


Sim, depois de tudo isto, sacrifício, resignação, renúncia, receber do Senhor esta resposta negativa, e no tom em que a recebeu, nos parece totalmente injusto: "Mas o Senhor indignou-se muito contra mim... e não me ouviu; antes, me disse: Basta; não me fales mais nisto".

Os caminhos do Senhor são insondáveis para nós. Tudo em seu querer e permitir, possui um propósito, uma razão. Muitas vezes desconhecemos isto, mas ele o sabe, e em sua soberania decide sempre o melhor para o seu povo, embora, em inúmeras situações não compreendamos o "porque". No caso de Moisés, ele queria ensinar-nos que a oração é sempre um caminho de mão dupla: o da nossa vontade humana e limitada que sobe até ele, e o da resposta dele que soberana e divina nega ou concede o que deseja o nosso coração.



Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para com humildade e espírito de submissão receber a tua negativa ao meu desejo, certo de que sempre desejas o melhor para mim.

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