terça-feira, 31 de julho de 2012

Sobre o amor

altEm nossa língua, o português, todos os tipos de amor são descritos por esta única palavra “AMOR”. Mas é o próprio ato de sentir que nos ajuda a identificar os seus tipos; amor por sua mãe, amar o pai, amar meus irmãos, amor pelo marido ou esposa, amando meus amigos, meus melhores amigos, meu amigo de infância, amor pelos filhos, amar a Deus.

Mas é no grego que esta palavra se dissolve em 3: amor de Deus, Ágape; amor romântico, Eros; e o amor humano, um amor fraternal assim como de um pai pelo filho, Philos. Em cada pessoa essas palavras se enchem de histórias e as recordações e os sentimentos nos fazem entender com mais clareza o significado das expressões. Entretanto, é somente com o amor de Deus e do seu filho Jesus que conseguimos descobrir de forma plena o que é o AMOR.

Se você não acredita em Deus e nem em Jesus, não tem problema, mesmo assim você pode entender o que estou falando. Comece conhecendo apenas a história e então entenderá a grandeza do que é realmente AMOR. Em primeiro lugar eu descobri que o amor não tem condições para existir, nós é que condicionamos o AMOR. Jesus, o maior exemplo de homem na Terra, me ensinou que todos devem ser amados independentemente do que o outro possa ser.

Isso é realmente difícil, até mesmo para escrever. O que Jesus ensinou com suas atitudes e palavras é que um morador de rua deve ser amado por você, o assassino deve ser amado por você, a prostituta deve ser amada por você, o ladrão deve ser amado por você, o mentiroso deve ser amado por você, o traidor deve ser amado por você, o homossexual ou o heterossexual deve ser amado por você,... Todos devem ser amados por você, independente de merecerem ou não.

A atitude de amar não quer dizer que você está concordando com o que o ‘próximo’ faz. Por diversas vezes Jesus demonstrou AMOR por pessoas que eram discriminadas pela sociedade. Jesus não concordava com as atitudes dessas pessoas e realmente elas não mereciam o AMOR Dele, mas essas não são condições para amar. De forma amorosa Jesus corrigia, ensinava e orientava. É exatamente isso que Jesus ensina, não há condições ou merecimento para o amor existir.

O maior exemplo de AMOR foi de Deus, que enviou ao mundo seu único filho por amor a nós. E assim Jesus nos ensinou que é possível amar a todos. Em seguida Jesus morreu de forma cruel por amor a nós. Mas antes de morrer nos deixou o maior de todos os mandamentos:

“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10.27).



Arina Paiva
Secretária de Comunicação da CBB

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma profecia que se cumpre

A doutrina bíblica da oração
A oração no NT - De João a Jesus

Uma profecia que se cumpre

Leitura diária: Lucas 3.1-18
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 48, 49 e 50


O texto de Isaías 40.3, cerca de 700 anos antes, a respeito de uma voz que clamaria no deserto, vai se concretizar agora. Zacarias, profetizou a respeito de seu filho em oração, como aquele que prepararia o caminho do Messias, e isto acontece efetivamente, na vida de João Batista: "E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados".

João marca então um novo momento na história da oração porque a sua palavra sobre o arrependimento e o reino de Deus que se aproximava com o início do ministério terreno de Cristo, trouxe para todos os seus ouvintes a noção da proximidade do Salvador, e mais ainda, a visão de que este Salvador estaria à disposição de todos para interpretar aquilo que em seus corações sentissem diante do Senhor Deus:

"Eu na verdade vos batizo em água, mas vem aquele que é mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das alparcas". Lc 3.16

Com tais palavras ele estava como que prenunciando aquilo que iria se dar com o ministério terreno do Mestre, que mostraria ao povo, a caducidade do ministério sacerdotal e intermediário do clero de Israel até então, em face da novidade do ministério pessoal e direto que ele trazia para inaugurar com todo aquele que nele cresse.

A linha direta vai se estabelecer. Até então, o povo se voltava para Deus em sacrifícios e orações intermediadas pelos levitas do templo. O tempo estava chegando e Cristo vai mesmo dizer à mulher samaritana: "a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade" (Jo 4.23), e vai mesmo no Sermão da Montanha, ensinar o povo a orar diretamente ao Pai (Mt 6.5-13): "Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai , que vê em secreto te ouvirá". Ou seja, a intermediação acabou. A linha direta se estabeleceu. Um novo ciclo no ministério da oração se iniciou.



Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para ser receptivo à tua presença junto a mim. Que por obra do teu Santo Espírito eu tenha momentos de oração a sós contigo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - A proximidade do reino de Deus

A doutrina bíblica da oração
A oração no NT - De João a Jesus

A proximidade do reino de Deus


Leitura diária:
Lucas 1.5-25, 67-80
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 45, 46 e 47


Agora quatrocentos anos aproximadamente são passados e uma página da História se move, para dar entrada aos novos tempos da revelação de Deus. Desde a oração de Malaquias até Zacarias, este nosso primeiro personagem do NT que nos ensina algo a respeito da oração, o mundo mudou muito:

- O eixo da História vai deixar de ser movido pela civilização egípcia na África, ou pela civilização babilônica, na Mesopotâmia. As influências mais poderosas do Oriente vão deixar de ser predominantes no núcleo geográfico central das civilizações, para que o Ocidente com a Europa, comece a aparecer, primeiramente, com a Grécia, nos anos 300 a.C., e seus pensadores clássicos Sócrates, Platão, Aristóteles, e com a força das suas cidades-estado, Esparta e Atenas.

- Depois, ainda nos anos 300 a.C., a Macedônia, com seus reis conquistadores, Felipe, e a seguir Alexandre e, com a civilizaçào grega que trazia de berço, educado que fora por Aristóteles, passe a gerir o futuro do mundo.

- Já nos anos 200 a.C., o Egito, com os seus reis selêucidas e o surgimento dos reis antíocos na Síria, incidem também sobre as terras da promessa do povo de Deus, dando origem até ao movimento de reação que se estende até aos anos 100, e que dois livros apócrifos nos contam (IeII Macabeus).

- No último século a.C, a Europa retoma novamente a condução da História, quando a República Romana se forma em Império e passa dominar o mundo, chegando Pompeu em 63 a.C. a conquistar a África e a Palestina, dando origem assim, a que o Grande Mar, o Mediterrâneo, passasse a se chamar "mare nostrum".

É neste emaranhado político de transição, que um sacerdote inexpressivo, de uma das províncias da Judéia, vai a Jerusalém em seu turno de trabalho e faz uma oração que dá início a um novo ciclo na história do falar com Deus:


"Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo...
fez surgir uma salvação poderosa... e tu menino, serás chamado profeta do
Altíssimo... porque irás preparar os seus caminhos" Lc 1.67,68,76



Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para que eu sinta a tua proximidade e possa ser levado pelo teu Espírito a estar sempre com o coração pronto para ouvir a tua voz a falar-me.


domingo, 29 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma oração de 54 versículos

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias

Uma oração de 54 versículos



Leitura diária: Malaquias 3.1-10, 16-18
Leitura da Bíblia em um ano: 1Coríntios 13 a 16 e 2Coríntios 1


Mais de um século vai se passar novamente e as profecias de Jeremias vão se cumprir. Jerusalém vai ser devastada, o templo vai ser destruído, o povo vai ser levado cativo. Depois, como predissera o próprio Jeremias, este povo vai voltar do cativeiro e dar início a um período de restauração. Restauração nacional, racial e espiritual. É neste tempo de idas e vindas do povo na reocupação da terra e na reconstrução da cidade e do templo, que surge o profeta Malaquias.


Ele vai ser o profeta que encerra a primeira parte da revelação divina com a sua profecia. Depois dele, 400 anos vão se passar sem que a palavra profética se ouça em Jerualém e nas suas cidades. Malaquias surge então como aquele qie iria preparar o povo do Senhor para os tempos que viriam depois destes quatro séculos de silêncio da revelação de Deus.


Suas palavras, oriundas de sua vida de oração, o que lhe trazia segurança e firmeza na mensagem que transmitia, é plena de espiritualidade e visão dos tempos do Messias que viria:


"Eis que eu envio o meu mensageiro e ele há de preparar o caminho diante de mim, e de repente virá ao seu templo o Senhor a quem vós buscais..." Ml3.1

Assim, a revelação bíblica do Antigo Testamento se fecha com a revelação que se seguiria quatro séculos depois com o nascimento de João Batista, "o mensageiro" citado por Malaquias no texto acima e logo depois, com a "vinda do Senhor ao seu templo", o Cristo, o Filho de Deus.

Com Malaquias, um ciclo do aprendizado da vida de oração se fecha.
Observem que o livro de Malaquias, afora o primeiro versículo, é todo
ele uma palavra de oração, pois o profeta nada faz ou fala, a não ser
transmitindo aquilo que lhe é ditado por Deus ao seu coração, como
interlocutor divino para comunicação ao povo de Israel. Será que nós
hoje, temos vida de oração assim tão intensa e constante?... Será que os
nossos líderes em seus sermões estão pregando efetivamente aquilo que
o Senhor lhes ordena?...




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para transmitir àqueles que estão ao meu redor, aquilo que colocas em meu còração para a paz de todos nós.

sábado, 28 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Falando com Deus na dor

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias

Falando com Deus na dor



Leitura diária: Jeremias 1.1-19; 7.1-34
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 42, 43 e 44

Mais de um século vai passar-se e surge um novo profeta que com sua vida vai trazer-nos um outro estágio neste relacionamento que se estava estabelencendo entre o ser humano e o seu Deus. A diferença é que enquanto no tempo de Isaías, as coisas ainda estavam indo relativamente bem para Jerusalém e seu povo, os tempos de Jeremias serão prenunciadores de tristeza e sofrimento.

Sim, enquanto Isaías viveu numa corte ainda com certa pompa e pujança em tempos de reinados longos e até certo ponto positivos (Uzias 52 anos e Ezequias 29), Jeremias já vai pegar o rescaldo final do reino de Judá, já com o terror babilônico rondando as terras e cidades dos judeus, com os seus reis fracos e condescendentes com o pecado e a invasão inimiga.

Jeremias vai ter com o Senhor um dos diálogos mais íntimos e profundos, quando, um menino ainda, é chamado por Deus para ser o seu atalaia, diante de uma Jerusalém que se fragilizada como reino e fraquejava como povo de Deus, dado o afastamento em que vivia da lei do Senhor e da sua vontade.

O contato inicial que têm no texto de nossa primeira leitura, Deus falando e Jeremias ouvindo, é expresso em palavras de convite e desafio (Jr 1.1-19):
"Não digas: Eu sou um menino... Não temas diante deles... Ponho-te nestes dias sobre as nações... Cinge os teus lombros... Eles pelejarão contra ti... Mas não prevalecerão."

Já no segundo texto de nossa leitura (Jr 7.1-34), o panorama muda radicalmente. Não é mais o contato isolado e separado de um profeta sendo chamado para assumir o seu ministério, mas sim, o enviado de Deus, falando ao povo de Israel, as palavras que o Senhor lhe dissera que colocaria em sua boca:

"Emendai os vossos caminhos...Não vos fieis em palavras falsas... Porque os filhos de Judá fizeram o que era mau aos meus olhos... E farei cessar as cidades de Judá" Jr 7.3,4,30,34

Assim, a oração faz do servo de Deus o seu porta-voz para o mundo.



Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para que pela minha vida de oração eu me torne um interlocutor de tua vontade para aqueles que estão ao meu redor no lar e no trabalho.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Dois momentos - Duas orações

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias



Dois momentos - Duas orações


Leitura diária:
Isaías 6.1-13; 37.1-7
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 39,40 e 41


O tempo dos reis que iniciaram o caminho da oração com mais proximidade e intimidade com o Senhor, passou. Depois de Davi e Salomão, logo com Roboão que divide o reino por sua inabilidade, este caminho se quebra e os reis vão ficar na dependência dos seus profetas para falar com ou ouvir o seu Deus.

Cerca de 300 anos quase, vão passar (Davi - 1.000 a.C. / Ezequias 720 a.C.), quando vai surgir um profeta que vai se tornar íntimo de Deus. Com Isaías, Israel volta a ter intimidade com o seu Deus, retomando-se o caminho iniciado por Samuel - "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve" - 1Sa 3.10, que Isaías reproduz de forma um tanto diferente, mas dizendo a mesma coisa:

"Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim." Is 6.8

A resolução de Isaías é a mesma de Samuel. Ou seja, disposição em ouvir a voz de Deus e prontidão em responder à sua palavra.Esta intimidade do novo profeta com o Senhor é tão intensa que, no segundo texto de nossa leitura, ao ser interpelados pelos servos do rei Ezequias que vieram comunicar-lhe o problema que se avizinhava sobre Jerusalém, o profeta vai responder com toda a segurança: "Assim diz o Senhor", dando o recado que o Senhor lhe passara ao atemorizado Ezequias.

Nos dois momentos tão diferentes, o primeiro no seu chamado profético e o segundo na cobertura espiritual que prestava aos reis de Israel, Isaías nos evidencia uma característica que parece muito ausente nos dias de hoje: a palavra inspirada por Deus como resposta ao diálogo que se estabeleceu. Em ambos os momentos a palavra de oração do profeta foi de segurança e conforto. Nos dias de hoje, estamos como que transferindo essa oraçào para os nossos pastores e líderes espirituais, quando cada um de nós como crentes em Cristo, temos este acesso direto ao Pai. Às vezes pedimos muito a outras pessoas que orem por nós, como Ezequias fez, quando nós mesmos poderíamos fazê-lo, falando diretamente com o nosso Deus, Senhor e Salvador .




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para ser um interlocutor fiel e dedicado nos meus momentos de oração, ouvindo mais a tua voz, do que falando mesmo.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma oração corajosa

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias

Uma oração corajosa


Leitura diária:
1Reis 19.19-21; 2Reis 2.1-15
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 36, 37 e 38


A trajetória que Elias cumpriu ontem indo até o Horeb para receber a resposta de Deus é, muitas vezes, aquela que temos que cumprir também para obter dele a sua palavra de conforto e de orientação para o nosso viver. Muitas vezes não temos esta percepção e em nossa ansiedade e tensão nos deixamos levar pela pressurosidade, errando os passos a tomar, ou pelo desespero, caindo na dor.

O texto bíblico de hoje, complementa o de ontem. Depois de 40 dias e 40 noites de ostracismo e tristeza, a oração de Elias chega ao coração do Senhor, e na voz suave e mansa que lhe surgiu, ele teve marcada a continuidade positiva de seu ministério profético, ungindo dois reis, um na Síria e outro em Israel, Hazael e Jeú, e mais ainda, ungindo a Eliseu como o seu sucessor:

"Partiu, pois, Elias dali e achou Eliseu... Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei... Então se levantou e seguiu a Elias, e o servia" 1Rs 19.19-21

Aliás, este sucessor de Elias, vai ser também considerado pelo povo de Israel, como um dos seus maiores profetas, e vai também nos dar uma sublime lição sobre o ministério da oração na vida do crente, quando ao se despedir do seu mestre e senhor lhe faz o seguinte pedido, uma oração corajosa e destemida:

Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada porção do teu espírito" 2Rs 2.9


Muitas vezes não sabemos o que pedir em nossas orações. Nesta semana de leituras bíblicas temos dois exemplos positivos: Salomão que pediu sabedoria ao Senhor. Eliseu, agora, que pediu a presença do Espírito de Deus em sua vida.

O que estamos pedindo ao Senhor em nossas orações? Riqueza, bem estar, bons relacionamento? Aprendamos com Salomão e Eliseu a saber o que pedir.




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para que saiba sempre o que pedir e como pedir ao Senhor, não com desejo de vaidade ou de poder, mas sim, com humildade e submissão.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma aula sobre o processo da oração

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias

Uma aula sobre o processo da oração



Leitura diária: 1Reis 19.8-18
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 33, 34 e 35


Um outro personagem bíblico que vai nos ensinar muito sobre o processo da oração na vida do crente é Elias, o grande profeta de Israel, no reino do Norte. A importância deste nome para o povo de Deus vai ser tão marcante que, mesmo sendo ele profeta em Samaria, o povo judeu, remanescente do reino do Sul, mais tarde vai reverenciá-lo de tal forma sublime, a ponto de o comparem ao Messias, na pessoa de Cristo.

Sua vitória sobre os profetas de Baal vai marcar toda a sua trajetória profética. Sua coragem em enfrentar o rei Acabe e mostrar-lhe os seus erros, vai fazê-lo ganhar daquele rei, a alcunha de " o pertubador de Israel", de tal forma ele chamava a atenção do rei e de sua côrte para os desvios espirituais que cometiam.

Diante de tais impactos, em determinado momento, este grande homem de Deus se abate. Se julga perseguido e condenado pelo furor da rainha pagã que trouxera o culto a Baal para dentro de Israel. Contrito, foge para o deserto e parece esperar a morte, quando então resolve orar ao Senhor, entregando "os pontos", ou seja, desistindo da luta.


É quando o Senhor vai lhe mostrar que para alcançar-se a vitória em oração há todo um caminho a percorrer. Muitas vezes nós não pensamos assim. Queremos respostas imediatas e completas logo, enquanto no plano de Deus o tempo decorrido entre o anseio e a resposta, é o tempo do Senhor para o nosso aprendizado e aperfeiçoamento espiritual.


Com o alento que recebeu do anjo que o Senhor lhe enviou, ele vai caminhar 40 dias e 40 noites, até chegar a Horeb, o Monte do Senhor. Ali ele vai procurar falar com Deus, mas o Senhor não estava nem no vento, nem no terremoto, nem no fogo, com que ele se anunciara, mas sim, na voz suave e calma que respondeu ao seu clamor e lhe vai dar a orientação necessária para prosseguir:


"E ao ouvi-la, Elias cobriu o rosto com a capa e, saindo,
pôs-se à entrada da caverna. E eis que lhe veio uma voz que dizia:
Que fazes aqui, Elias?" 1Rs 19.13




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, tornando-me dócil à tua vontade, não desejando a tua resposta no tempo que é meu, mas no tempo que é teu.

terça-feira, 24 de julho de 2012

O que para mim era lucro

altO que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo (Fil. 3.7)

Será que estamos dando prioridade ao que é verdadeiramente prioritário?
AVALIEM:


1. Você lê a Bíblia e ora com os seus filhos?
2. Você leva os seus filhos à igreja?
Ou você rejeita as coisas do Reino de Deus.
Ou você não tem tempo para as coisas do Reino de Deus.
Ou você precisa descansar, então não dá para investir no Reino de Deus.

Ainda é tempo de: ensinar os seus filhos nos caminhos do Senhor, para que jamais se desviem Dele.

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma oração inigualável

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias

Uma oração inigualável


Leitura diária:
2Crônicas 6.12-42
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 30, 31 e 32

Realmente, existem na Palavra de Deus, orações de grande e forte impacto. Abraão orando por Sodoma e Gomorra... Moisés orando por poder entrar na Terra Prometida... Josué se lamentando pela derrota de Israel na primeira batalha pela conquista de Aí... Davi, confessando o seu pecado, conforme o Salmo 51... No entanto, em termos de grandiosidade e de exuberância do poder e da bênção do Senhor sobre Israel nenhuma outra há igual à que Salomão pronuncia quando o templo que seu pai idealizara é por ele concluído.

- Primeiro, ele reconhece a majestade e poder do seu Deus: "Ó, Senhor Deus de Israel, não há, nem no céu nem na terra, Deus semelhante a ti...

- Segundo, ele evidencia o grau de obediência em que deve viver o povo que é de Deus: "Não há Deus semelhante a ti, que guardas o pacto e a beneficência para com os teus servos que andam perante ti de todo o seu coração...

- Terceiro, ele clama pela presença permanente deste Deus na vida do povo de Israel: "Que dia e noite estejam os teus olhos abertos para esta casa...

- Quarto, ele coloca Israel como submisso à correção divina: "Se alguém pecar... ouve então do céu, age e julga os teus servos"...

- Quinto, mas também apresenta um povo propenso ao perdão: "se por terem pecado contra ti... confessarem o teu nome... ouve então do céu e perdoa os pecados do teu povo, Israel...

- Finalmente, pede que em situações de fome, doença ou peste, guerra e exílio que o Senhor, vendo que "se arrependem... e oram... ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas, defende a sua causa e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti".

Esta oração é especial, porque Salomão consegue colocar em seu clamor todas as situações, praticamente, que são possíveis ao viver do homem, seja naquela época, seja nos dias de hoje, como podemos ver em seu final:

"Agora, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos,
e os teus ouvidos atentos à oração que se fizer neste local" 2Cr 6.14,40

Assim deve ser até os dias de hoje, na minha vida e na sua vida.




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para ser um servo fiel a ti, colocando em minhas orações, todo o meu desejo de servir e obedecer à tua vontade.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma declaração de poder

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias

Uma declaração de poder

Leitura diária: 2Crônicas 6.1-11
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 27, 28 e 29


O filho de Davi vai dar continuidade a este sentimento de proximidade do Senhor Deus com a sua criatura. Logo que assume o governo de Israel, e especialmente neste momento em que se prepara para a dedicação do templo, o rei Salomão dá uma prova inconteste de sua dependência e submissão ao Senhor.

É impressionante verificar que ele ainda não está fazendo a oração com a qual dedicará o templo recém construído ao louvor e à adoração do Senhor, mas diante da congregação do povo de Israel, ele faz uma declaração em que expressa de maneira exuberante a sua gratidão ao Deus de seu pai e de sua nação: "Bendito seja o Senhor Deus de Israel,que pelas suas mãos cumpriu o que falou pela sua boca a Davi, meu pai..." dando testemunho do pacto firmado pelo Senhor com o seu servo: "Escolhi Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi Davi para que estivesse sobre o meu povo Israel...- confirmando desta forma aquilo que, desde que "tirara o povo do Egito", era o desejo do coração do Senhor.

Salomão vai dar início então a um período de novo relacionaento com o Pai. Por suas conquistas, especialmente na primeira parte do seu reinado, cerca de 20 anos talvez, ele vai dar lugar em sua vida e na do povo de Israel, à exaltação ao poder do Deus que fizera tudo aquilo possível. O momento é tão especial que a glória do Senhor se manifestará na dedicação do templo; o poder do Senhor se demonstrará no encontro que tem com o rei para que ele lhe peça o que mais deseja em seu coração; e em decorrência disto, cidades serão edificadas, povos vizinhos serão feitos tributários de Israel, os serviços religiosos do templo se confirmam, o mundo conhecido ouve da grandeza de Israel e de longe vem tributar-lhe o devido louvor. Tudo isto, porque uma vida de oração e dependência do poder do Senhor se cristalizou para a criatura de Deus, como podemos ver pela belíssima e poderosa declaração que faz Salomão:


Assim cumpriu o Senhor a palavra que falou; pois eu me levantei
em lugar de Davi meu pai, e me assentei sobre o trono de Israel, como
prometeu o Senhor, e edifiquei a casa ao nome do Senhor,
Deus de Israel." 2Cr 6.10


Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para que eu saiba com humildade e reconhecimento, traçar os meus projetos de vida, segundo tua resposta à minha oração.

domingo, 22 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - A mudança se consolida

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Moisés a Davi

A mudança se consolida


Leitura diária:
2Samuel 12.13-24; 1Crônicas 17.16-27
Leitura da Bíblia em um ano: 1Coríntios, capítulos 8 a 12

O caminho iniciado por Samuel, da transparência de vida diante do Deus Pai e Senhor vai se consolidar na vida do segundo rei que ele, por orientação do Criador vai designar para o povo de Israel. Talvez não haja na Bíblia um outro personagem tão identificado com o sentido e o significado da oração como o rei-poeta, Davi. Samuel ensinou-lhe o caminho, e depois, o próprio rei, vai aperfeiçoar-se e aprofundar-se nele em razão de suas peripécias de guerreiro valente, rei conquistador e organizador de escol, dando origem com o seu reinado e com a sua ação administrativa à formação do verdadeiro sentimento de nação escolhida e de reino especial para o povo de Israel.

Os dois textos que foram escolhidos para nossa leitura a fim de evidenciarem esta característica de Davi, são efetivamente uma referência fundamental para o valor da oração na vida deste servo de Deus. O primeiro, quando o rei compreende a extensão do pecado que cometeu e se coloca à disposição do Senhor para a perda que lhe seria imputada por tal erro, entendendo com profunda dor, que o seu filho gerado no pecado, lhe seria tirado por vontade do Senhor: "Davi, pois, buscou a Deus pela criança... passava a noite prostrado sobre a terra... Então, Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, e mudou as vestes"... (2Sa 12.16,20), numa demonstração efetiva de plena dependência da vontade do Senhor sobre a sua vida e a vida de seu povo.

Muitos anos mais tarde, quando consolida o seu reino e tem Israel como nação sujeita ao seu poder e domínio, ele evidencia mais uma vez, a sua dependência da vontade soberana do Senhor, quando ora em louvor e gratidão ao Pai, reconhececendo-o como responsável direto por sua ascensão de pastor de ovelhas a rei de Israel e pelo poderio alcançado:


"Então entrou o rei Davi, sentou-se perante o Senhor, e disse:
Quem sou eu, ó Senhor Deus, e que é a minha casa, para que me tenhas
trazido aé aqui?" 1Cr 17.16



A partir deste momento, Israel e o mundo todo hoje, vai conhecer pelos salmos de Davi, todos os caminhos da oração diante do Senhor.




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para que eu saiba te buscar em oração por motivos de contrição, de confissão, de indagação, de gratidão, de louvor e de exaltação.

sábado, 21 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma nova era está a começar

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Moisés a Davi

Uma nova era está a começar



Leitura diária:
1Samuel 3.1-14; 8.1-22
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 24, 25 e 26

Com Samuel, uma página da história do povo de Israel vai ser virada. E virada definitivamente. Isto, porque a partir deste grande homem de Deus, o diálogo da criatura criada com o Criador vai se tornar algo de intrínseco e intimamente ligado à mentalidade e cultura do povo de Deus. Os três séculos aproximadamente de desvios e desencontros oriundos de "cada qual fazer o que parecia bem aos seus olhos", vão se encerrar, pois na pessoa do filho de Ana, as características de profeta, sacerdote e rei vão se encontrar, dando origem agora ao tempo dos reis e dos profetas que passarão a agir como intermediários do Senhor para com o seu povo, principalmente, através do ministério profético que Samuel inaugurará com tanta exuberância.

Realmente, Samuel é uma das figuras ímpares no AT. Sua vida se destaca em todas as esferas do viver: como menino aos pés de Eli, abrindo a cada manhã as portas da casa do Senhor; como adolescente, ouvindo a voz do Senhor falar-lhe convocando-o à luta; como jovem, sendo convocado por Eli para substituí-lo em detrimento dos filhos que não o honraram; como líder hebreu conduzindo Israel à vitória nas lutas; como juiz julgando a Israel em todas as suas regiões e cidades; como preceptor dos dois primeiros reis de Israel, chamando-os à razão e inspirando-os a uma vida de retidão diante do Pai.

Samuel é que vai descerrar a cortina do palco da intercessão para o povo de Deus, desde o início de sua vida, quando abre o seu coração para ouvir a voz do Senhor, e diz-lhe: "Fala, porque o teu servo ouve".

Muitos anos mais tarde, Samuel vai dar provas desta intermediação que lhe competia como profeta de Deus, quando diante do requerimento do povo para que lhes constituisse um rei, ele vai ser contra esta disposição, por achar que tal pedido era, inclusive, uma desconsideração à sua própria autoridade tantas vezes comprovada diante do povo, mas como servo bom e fiel, vai sujeitar-se à vontade do Senhor, indo ao encontro do que pediam:

"Ouviu, pois, Samuel, todas as palavras do povo, e as repetiu aos ouvidos
do Senhor. Disse, então, o Senhor a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, e
constitui-lhes rei." 1Sa 8.21,22




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para ouvir a tua vontade mesmo quando ela contraria aparentemente aquilo que julgo o melhor para o meu viver e a minha ação no mundo.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Oração em tempos difíceis

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Moisés a Davi

Oração em tempos difíceis



Leitura diária:
Juízes 6.11-24; 7.1-9; 16.28-31
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 21, 22 e 23

O período dos juizados na história de Israel vai ser um dos mais conturbados na trajetória que o povo de Deus fazia para identificar-se com o seu Rei e Senhor. É evidência disto o final que vemos em cada um dos seus episódios quando a Palavra de Deus nos registra que "naqueles tempos não havia rei em Israel;cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos".


No entanto, alguns exemplos de sujeição a Deus e de busca do seu poder pela oração acontecem e marcam o período tão nebuloso com rastros brilhantes. Os textos separados para a leitura de hoje nos evidenciam alguns desses momentos que seriam quase uma espécie de exceção à regra. Em meio a esta situação de descrença reinante, Gideão e Sansão são dois personagens que nos trazem esta diferença bem marcante em face à incredulidade geral que verificamos na maioria dos demais juízes que exerceram o papel de condutores do povo de Israel.


Gideão nos traz um momento "sui generis" em termos de oração, pois fala ao Senhor, pedindo dele "garantias" para a promessa que lhe fizera. Aliás, a palavra de Gideão nos parece estranhamente inoportuna, pois "testa" o poder do Senhor, pedindo duas contraprovas que garantissem o que pedira. No entanto, isto só foi possível ser tolerado pelo Pai com o seu servo, pela forma como ele se colocou diante do Senhor (6.17): "Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu que falas comigo". Mais ainda, quando na consecução do plano que iria derrotar o inimigo, é o próprio Senhor que vem ao encontro dele, falando-lhe em plena confiança e certeza de vitória: "Levanta-te e desce contra o arraial, porque eu o entreguei na tua mão" (7.9).


Mais tarde, Sansão, outro dos juízes, vai seguir o mesmo caminho do conhecimento de Deus para o povo de Israel por meio da oração, quando num momento de extrema dramaticidade exclama em alta voz ao Pai, sabedor que ele o ouvia e viria ao encontro de sua vontade e pedido:


"Ó, Senhor Deus, lembra-te de mim, e fortalece-me agora
só esta vez, ó Deus, para que duma só vez me vingue dos filistes,
pelos meus dois olhos". Jz 7.28




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, como uma pessoa que prove aos que estão ao meu redor, a minha crença e fé no teu poder e na tua graça para com aquele que ora.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma vida de oração

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Moisés a Davi

Uma vida de oração



Leitura diária: Josué 1.1-9; 3.7-9; 7.6-15
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 18, 19 e 20

O sucessor de Moisés vai nos ensinar mais ainda sobre o caminho que estava sendo trilhado pelo ser humano para o melhor conhecimento do ministério da oração em seu início. Como escudeiro que fora do grande líder, Josué deve ter percebido que ele só prevaleceu em Refidim contra os amalequitas, porque enquanto ele lutava no vale, Moisés estava no outeiro ao lado, com Arão e Hur, sustentando as suas mãos em oração.

Além de ter sido a única pessoa que subira com Moisés ao Horebe, ficando ali nas proximidades enquanto o Senhor falava com o grande chefe de Israel, Josué, sendo arguto e perspicaz como vai demonstrar em toda sua vida de subordinado e depois de dirigente, sabia do poder da oração sobre a vida daquele que é chamado por Deus para o desempenho de uma tarefa. Por isso em três momentos diferentes de sua vida de condutor do povo de Deus ele vai nos evidenciar que conhecia o caminho a ser trilhado pela oração:


Primeiramente, quando recebe a missão e se coloca nas mãos de Deus para ser o seu instrumento, ouve do Senhor a palavra de confiança e destemor:
"Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhe daria"- Js 1.6.


Em segundo lugar, quando recebe do Senhor a incumbência de ser o intermediário de sua vontade para o seu povo: "Disse, então, Josué, aos filhos de Israel: Aproximai-vos e ouvi as palavras do Senhor vosso Deus." - Js 3.9.


E, finalmente, quando percebe que, pelo pecado cometido, ele e o povo perderam a bênção do Senhor, ele é humilde e submisso para reconhecer a falta perpetrada: "Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou com o rosto em terra, perante a arca do Senhor"... - Js 7.6


Este é o homem que pelo trilhar da oração, vai poder chegar ao fim dos seus dias e clamar para aquele povo:


"Porém, eu e a minha casa, serviremos ao Senhor." Js 24.15.




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para ser em meu lar e em minha igreja um instrumento que transmita a todos, confiança,sujeição, humildade e firmeza em ti.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Oração, caminho de mão dupla

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Moisés a Davi

Oração, caminho de mão dupla



Leitura diária: Deuteronômio 3.23-29; 4.29
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 15, 16 e 17


Algumas situações na Bíblia nos convidam a refletir até, impropriamente, poderíamos dizer, sobre a justiça de Deus. A resposta negativa do Senhor a Moisés, quanto ao seu desejo de entrar na terra da promessa, é uma delas.

À uma primeira análise, nos parece inteiramente injusto da parte do Senhor, não permitir a entrada na terra, daquele líder que fora o instrumento desde o primeiro momento que a sua vontade se manifestou, para que isto acontecesse agora, ao final de quarenta anos de jornada;

- Afinal de contas fora predestinado pelo Senhor para isto quando o preservou da morte em sua infância, salvando-o nas águas do Nilo...
- Não podemos chamar de coincidência, mas sim de providência de Deus o fato de ser a filha de Faraó do Egito que vai tirá-lo das águas por meio de Miriam;
- Nem mesmo de simples conseqüência o fato de ter sido criado na corte do país mais desenvolvido da época, preparando-o assim para a obra que iria realizar;
- E muito menos de simples acaso, o fato de ter se identificado como hebreu, quando defendeu os seus irmãos que sofriam o castigo dos egípcios;
- Pior ainda, pensar que teria sido um desperdício de vida que o Senhor lhe impôs, os 40 anos que passaria em Midiã, para que o seu preparo se completasse para a obra que lhe tinha reservado realizar.


Sim, depois de tudo isto, sacrifício, resignação, renúncia, receber do Senhor esta resposta negativa, e no tom em que a recebeu, nos parece totalmente injusto: "Mas o Senhor indignou-se muito contra mim... e não me ouviu; antes, me disse: Basta; não me fales mais nisto".

Os caminhos do Senhor são insondáveis para nós. Tudo em seu querer e permitir, possui um propósito, uma razão. Muitas vezes desconhecemos isto, mas ele o sabe, e em sua soberania decide sempre o melhor para o seu povo, embora, em inúmeras situações não compreendamos o "porque". No caso de Moisés, ele queria ensinar-nos que a oração é sempre um caminho de mão dupla: o da nossa vontade humana e limitada que sobe até ele, e o da resposta dele que soberana e divina nega ou concede o que deseja o nosso coração.



Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para com humildade e espírito de submissão receber a tua negativa ao meu desejo, certo de que sempre desejas o melhor para mim.

terça-feira, 17 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma oração inigualável

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Salomão a Malaquias

Uma oração inigualável


Leitura diária:
2Crônicas 6.12-42
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 30, 31 e 32

Realmente, existem na Palavra de Deus, orações de grande e forte impacto. Abraão orando por Sodoma e Gomorra... Moisés orando por poder entrar na Terra Prometida... Josué se lamentando pela derrota de Israel na primeira batalha pela conquista de Aí... Davi, confessando o seu pecado, conforme o Salmo 51... No entanto, em termos de grandiosidade e de exuberância do poder e da bênção do Senhor sobre Israel nenhuma outra há igual à que Salomão pronuncia quando o templo que seu pai idealizara é por ele concluído.

- Primeiro, ele reconhece a majestade e poder do seu Deus: "Ó, Senhor Deus de Israel, não há, nem no céu nem na terra, Deus semelhante a ti...

- Segundo, ele evidencia o grau de obediência em que deve viver o povo que é de Deus: "Não há Deus semelhante a ti, que guardas o pacto e a beneficência para com os teus servos que andam perante ti de todo o seu coração...

- Terceiro, ele clama pela presença permanente deste Deus na vida do povo de Israel: "Que dia e noite estejam os teus olhos abertos para esta casa...

- Quarto, ele coloca Israel como submisso à correção divina: "Se alguém pecar... ouve então do céu, age e julga os teus servos"...

- Quinto, mas também apresenta um povo propenso ao perdão: "se por terem pecado contra ti... confessarem o teu nome... ouve então do céu e perdoa os pecados do teu povo, Israel...

- Finalmente, pede que em situações de fome, doença ou peste, guerra e exílio que o Senhor, vendo que "se arrependem... e oram... ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas, defende a sua causa e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti".

Esta oração é especial, porque Salomão consegue colocar em seu clamor todas as situações, praticamente, que são possíveis ao viver do homem, seja naquela época, seja nos dias de hoje, como podemos ver em seu final:

"Agora, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos,
e os teus ouvidos atentos à oração que se fizer neste local" 2Cr 6.14,40

Assim deve ser até os dias de hoje, na minha vida e na sua vida.




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para ser um servo fiel a ti, colocando em minhas orações, todo o meu desejo de servir e obedecer à tua vontade.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Um novo estágio começa

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Moisés a Davi

Um novo estágio começa


Leitura diária: Êxodo 3.1-22; 4.1-17
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 9, 10 e 11


Depois do relato bíblico da trajetória de José no Egito, quatrocentos anos vão se passar sem que a história seja escrita e tomemos conhecimento dos rumos que a prática da oração iria alcançar entre o povo de Deus, mais especialmente, entre os líderes que se sucederam depois dos tempos de José, e o Senhor de Israel. Sim, porque até esse tempo, verificamos que o povo mesmo não tinha ainda esta "intimidade" com o seu Deus, ficando este diálogo restrito quase que exclusivamente, pelo que lemos, aos seus lideres.

Pelo que podemos depreender dos tempos que nos separam do final do livro de Gênesis ao início do livro de Êxodo, nestes quatro séculos, Israel deve ter se distanciado de seu Deus, pois, a história nos conta do declínio que, como povo que cresceu e se multiplicou até um determinado momento, ele passou aos dias de aflição e dor, a ponto do "Senhor ter ouvido o seu clamor".

Este novo estágio de contato com o Senhor vai ter início com a pessoa de um dos personagens mais notáveis de toda a Palavra de Deus. Moisés, salvo da morte pela fé de sua mãe, Joquebede, e pela argúcia de sua irmã, Miriam, vai ser o menino judeu que adentrando à casa de Faraó, como filho adotado vai se tornar respeitado na côrte e mais tarde aquele que chamado por Deus vai antagonizar o poder de Faraó, intermediando a saída de Israel das terras do Egito.

Para isto, ele foi chamado especialmente por Deus. Um sinal especial foilhe mostrado, a sarça que não se consumia, para que ele soubesse e entendesse que algo de miraculoso estava acontecendo com ele: o Senhor queria falar com o seu servo, falando-lhe diretamente: "Moisés, Moisés! Respondeu ele: Eis-me aqui... Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" - Ex 3.4,6.


Um novo tempo vai começar a partir daí. Novamente, o Senhor Deus terá um interlocutor especial, com quem dialogará e a quem dará ordens (Ex 4.11,12):


"Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do homem? ou quem faze o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar"




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para que possa ser um instrumento do teu querer para aquilo que desejas que o teu povo faça em minha casa, ou igreja, ou trabalho.

domingo, 15 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - A oração de descanso e de desafio

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Adão a José

A oração de descanso e de desafio


Leitura diária:
Gênesis 28.10-17; 32.22-32
Leitura da Bíblia em um ano: 1Coríntios, capítulos 3 a 7

Depois da lição que Isaque nos deu, no início da trajetória do homem em busca do contato com o seu Pai, ensinando-nos que, para alcançar-se este estágio, precisamos ter momentos a sós de meditação para que ele nos fale, ou nos responda a oração como aconteceu com ele - enquanto meditava eis que a noiva já vinha ao seu encontro - seu filho Jacó, vai ensinar-nos duas outras trilhas para chegarmos ao contato com o Pai.


O primeiro caminho que Jacó nos aponta é o do "descansar" em Deus. Nós podemos imaginar o turbilhão que devia estar percorrendo a mente daquele jovem. Banido de sua casa pelo conselho do pai; isolando-se do ódio do irmão, pelo proveito que tirara de sua insensatez; fugindo do aconchego de seu lar, seus pais, seus servos e posses; indo para uma terra estranha, onde não sabia o que o aguardava; temeroso, por certo, em meio a uma viagem em território desconhecido; sujeito, portanto, ao ataque de salteadores e de feras da noite... Mesmo assim, com tudo isto torturando a sua cabeça, Jacó, se deita e ainda que colocando a cabeça sobre uma pedra e não um macio travesseiro, dorme o seu sono tranquilo, podemos assim pensar, porque confiava no Senhor que, inclusive, vem ao encontro de seus temores, num sonho com visões celestiais que lhe asseguram a paz


"Eis que estou contigo e te guardarei por onde quer que fores..." Gn 28.15


Vinte anos depois, Jacó vai nos ensinar o segundo caminho. A história, todos nós sabemos. Enriqueceu, casou-se, teve filhos, foi enganado e enganou ao seu sogro, mas ao fim de tudo isto, como o Senhor lhe prometera lá na coluna de Betel, ele estava pronto para voltar. Mas para que isto acontecesse, diante do ódio que o seu irmão lhe guardava, Jacó vai orar ao Senhor em termos de busca pela bênção de Deus e mesmo de desafio ao emissário do Pai, quando exclama:


"Não te deixarei ir, se me não abençoares..." Gn 32.26


O filho de Abraão, pai de José, vai nos ensinar dois dos caminhos para falarmos com o Pai: o do "descansar em Deus", e o de "lutar com Deus".




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, como um servo fiel, que busque sempre descansar em paz crendo nas tuas promessas e a buscar com fé em meio à luta, a tua resposta.

sábado, 14 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS -

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Adão a José

O momento para meditação



Leitura diária: Gênesis 24.58-67; 25.19-23
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 6, 7 e 8

Depois da citação de Adão, enquanto ainda no Éden, sobre seu encontro com o Senhor, "quando à tardinha passeava no jardim" (Gn 3.8), e da referência à Enoque, aquele que "andava com Deus" (Gn 5.22-24), não temos outra referência tão íntima e pessoal sobre a busca pela oração ou pelo simples encontro com o Senhor, quanto esta que o texto de hoje nostraz com respeito a Isaque.

"Saíra Isaque ao campo à tarde, para meditar..." Gn 24.63

Sim, seria difícil imaginar naqueles tempos tão intensos de luta pela vida e por conquistas que alguém tirasse tempo "para meditar". Naquela época, um rico fazendeiro como deveria ser Isaque, prestes a receber a herança de seu pai que já providenciava uma esposa para ele, possuidor de muitas terras, rebanhos e servos, tivesse tempo para meditar. Mas é, exatamente, o que Isaque faz, conforme lemos no texto acima.

Aliás, Isaque, é realmente um personagem diferente. Dentre os três patriarcas da linha semítica que Deus instituiu a partir de Abrão, ele é o mais recatado e discreto. Enquanto seu pai, Abraão, vai ser um homem atuante e de iniciativa própria, e seu filho Jacó, vai ser uma criatura sagaz e criativa, procurando tirar proveito de tudo, ele aparece entre os dois, como um homem calmo e tranqüilo, sendo seus atos e gestos, ponderados e comedidos.

Pois bem, talvez por este tipo de prsonalidade peculiar é que nós vamos ver no início do melhor relacionamento entre o Deus Criador e a sua criatura, alguém que nos ensina a tirar parte de seu dia "para meditar".


O que Isaque nos ensina é algo que está na contramão da mentalidade moderna de nossas sociedades ocidentais. Nos meios do Oriente, China e Índia, especialmente, a contemplação ou o meditacionismo ainda são encontrados em certas comunidades excêntricas e exóticas. Para o homem do Ocidente, meditar é perda de tempo, é coisa para "poetas" ou para aqueles que estão "fora da realidade do mundo presente". Pois bem, em meio a tudo isto, Isaque nos ensina que como crentes, devemos separar em cada dia o momento para meditar.




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para com a minha forma de vida, comunicar aos que estão a redor, a necessidade de termos todos, a cada dia, momentos para refletir.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - O começo dos "por quês?"

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Adão a José

O começo dos "por quês?"



Leitura diária:
Gênesis 18.23-33
Leitura da Bíblia em um ano: Salmos, capítulos 3, 4 e 5


Sim, talvez seja esta a principal pergunta que o Senhor Deus deve ouvir nas orações de todos nós. Os crentes do passado já a faziam. Nós continuamos fazendo. E por certo, os nossos filhos e netos farão o mesmo no futuro por vir.

Ciente da onipotência, onisciência e onipresença do Pai, o ser humano sempre que se vê diante de situações que não espera, ou mesmo que não compreende, é levado a fazer esta indagação ao Senhor: Por que?... Por que, Senhor?... Abraão, este é o seu novo nome dado por Deus (Gn 17.5), é que vai abrir este caminho no texto bíblico quando ora, como lemos hoje, pedindo pela redenção dos "santos" que haveria em Sodoma e Gomorra. Interessante que o Senhor já havia revelado a ele, por meio de seus enviados, a razão do castigo celestial, pela pecaminosidade reinante naquelas cidades. Mas não satisfeito com a informação recebida antecipadamente, ele resolve interceder pelos inocentes que provavelmente seriam consumidos também, pensando por certo em Ló, seus familiares e serviçais.


Sua oração é de uma insistência digna de nota. Ou seja, a primeira oração registrada na Palavra de Deus, partindo dos lábios de um homem, é uma petição que se estende por seis pedidos seqüentes à condescendência e tolerância do Senhor. O meritório, no caso desta oração, a primeira proferida em tom de intimidade pessoal, de dependência e de sujeição total ao Senhor, embora sendo um tanto audaciosa ou petulante em seu pedido, é que ela não foi feita em proveito próprio ou para benefício de alguém, intimamente ligado ao autor da oração. Muito pelo contrário Abraão orava por quem não conhecia quando começa pedindo por 50, e continua depois pedindo por um sobrinho que desprezara a sua companhia e se aproveitara de sua boa vontade, tirando-lhe a melhor parte.

Abraão abriu o portal para a oração de petição. Portal que Isaías, Davi, Jeremias, Ezequiel irão trilhar mais tarde com muita intensidade e que nós, os crentes de hoje, devemos estar trilhando também: a oração intercessória.


"E chegando-se Abraão, disse:
Destruirás também o justo com o ímpio?" Gn 18.23




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, fazendo-me uma pessoa que tenha compaixão dos que sofrem, ajudando-as de alguma forma e sempre orando por elas.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - A oração que traz bênção

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Adão a José


A oração que traz bênção



Leitura diária:
Gênesis 13.14-18; 15.17-21
Leitura da Bíblia em um ano: Jó 42 e Salmos 1 e 2


Os textos de hoje nos trazem à mente dois momentos de oração em que Abrão é apenas o agente passivo da mesma. O Senhor Deus é que é o agente ativo, dando conta à Abreão do que lhe sucederia.


A atitude de Abrão com respeito ao seu sobrinho Ló é de toda elogiável. Ele
abre mão do seu direito de prioridade na escolha e repartição de posses materiais, por ser o mais velho da família na região, do seu direito de emissário do Senhor para ser bênção, e também, do seu direito de proprietário-mor de tudo que estava construindo como família, pois afinal, Ló, viera como dependente dele, pois seu pai, o irmão mais novo de Abrão, Harã, morrera muito cedo.


Ainda assim, para evitar desavenças e contendas não entre ele e o sobrinho, mas entre os empregados e serviçais de ambos, Abrão dá a Ló o direito de escolher primeiro a terra que estavam a conquistar, numa demonstração magnífica de desprendimento, humildade e desapego a bens materiais. Por isso, o Senhor vai abençoar grandemente a Abrão, pois em seu coração, espontaneamente, não por indução do Senhor, ele já começava a ser bênção para os outros, como neste caso de Ló, o sobrinho que pressurosamente escolheu aquela que seria a melhor parte e afastou-se do tio. Logo, veremos as conseqüências de tudo isto.


Mas, Abrão, vai continuar o seu viver reto diante do Senhor, o que o torna digno da promessa que lhe fizera o Pai, cumulando-o de bênçãos, sem que ele as pedisse:


"E Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os olhos e olha desde o lugar onde estás, para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente: porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre." Gn 13.14,15


Mais tarde um pouco, comprovando-se a bênção que Abrão começava a exercer sobre os que estavam ao redor, o Senhor volta a falar-lhe, enquanto o servo fiel apenas ouve e espera: "Naquele mesmo dia fez o Senhor um pacto com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra..." Gn 15.18. O resultado da vida de oração é sempre abençoador para o crente .




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para ser bênção para os que estão ao meu redor. Que por minha vida de oração eu possa contribuir para a paz e alegria de outrem.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - A via de mão dupla vai se estabelecer

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Adão a José

A via de mão dupla vai se estabelecer



Leitura diária:
Gênesis 12.1-9
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 39, 40 e 41

Se com Noé não vemos a sua resposta ao Senhor, restabelecendo-se o diálogo de mão dupla novamente, percebemos. no entanto, que houve por parte dele a obediência à vontade do Pai, o que nos faz verificar que ainda que em silêncio, da parte de Noé, o diálogo se refez, com a via de mão única, onde apenas a voz do Senhor era ouvida, pois a resposta do homem se fazia em silêncio.

O fato é que 490 anos vão se passar desde que Noé gerou ao seu primogênito Sem, para que surja então aquele que seria o verdadeiro iniciador da oração de mão dupla com o Pai. Com Sem (100), Arfaxade (135), Selá (30), Eber (34), Pelegue (30), Reú (32), Serugue (30), Naor (29) e Tera (70), nove gerações se passam sem que este diálogo se faça até que nasce o homem de nome Abrão, que irá dar início assim ao real e pessoal diálogo "face a face" com o Senhor.


Observem que o contato de Deus com a sua criatura era direto e objetivo. Sem preâmbulos ou interlocuções. Foi assim com Adão: "Onde estás?". Depois com Caim: "Por que te iraste?". Finalmente com Noé, também: "O fim de toda a carne é chegado..." - Ou seja, nestes três momentos separados por tantos anos de distância, o Senhor vinha direto ao seu filho e falava para início do diálogo, que em geral não se estendia muito dada a resistência e reticência de sua criatura que acuada pelo pecado, pouco ou nada respondia.

Com Abrão vai ser diferente. Ele começa reticente, apenas cumprindo a vontade do Senhor, sem responder de viva voz inicialmente, mas vai ganhar pouco a pouco mais intimidade com o Pai na caminhada de 50 anos que vai trilhar com ele, a ponto de mais tarde até interrogar a Deus buscando mudar-lhe a vontade (Gn 18.23). O que mais impressiona, no entanto, é que o próprio Senhor se interroga se deve ou não antecipar a sua vontade ao seu servo fiel e leal (Gn 18.17). Sim, o caminho da oração estava se cristalizando na vida do homem:


"Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção." Gn 12.1,2




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para que eu seja para os que estão ao meu redor, familiares, irmãos e amigos, uma bênção tal como ordenastes a Abrão.

terça-feira, 10 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - A oração como tema de vida

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Adão a José


A oração como tema de vida



Leitura diária: Gênesis 6.13-22, 9.1-19
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 36, 37 e 38


No texto bíblico que se segue em nossa meditação, há um salto de cinco gerações sem uma menção à oração. Pode parecer-nos à primeira vista, que para Maalalel, Jarede, Enoque, Matusalém e Lameque, a oração como forma de contato e diálogo com o Pai, passou em branco.

No entanto, existe um registro ainda no capítulo 5 (versículos 18-24) que nos evidencia um personagem que talvez tenha criado uma forma de diálogo com o Senhor, completamente inusitada para a época, forma esta que só seria experimentada muito mais tarde por alguns santos homens de Deus que a Bíblia nos registra. Enoque foi o inaugurador desta via de mão dupla, íntima e intensa, vivida somente por aqueles que conseguem se abstrair inteiramente das coisas do mundo para buscar o contato com Deus. Dizem assim as Escrituras, por duas vezes: "Andou Enoque com Deus... Enoque andou com Deus" (v.22,24)... e esta "andança" foi de tal extensão, esta interação foi de tal profundidade, narra-nos a Bíblia que, Enoque "não mais apareceu, porquanto Deus o tomou".


Mesmo não se somando os anos vividos simultaneamente por esses personagens, pois Maalalel chegou a ver o nascimento de seu tetraneto, Enoque, 661 anos depois (65+162+65+187+182), verificamos que durante mais de meio milênio o homem não se comunicava de uma forma estreita com o Senhor. O exemplo de Enoque foi de tal envergadura espiritual que apenas ele foi distinguido com uma menção sobre o seu diálogo com Deus.


A partir de Enoque então, um novo ciclo se inicia. Isto porque, a degradação moral da humanidade ia se tornando tão aguda que o Senhor, não adiou mais o seu plano de intervir no processo, pois, "eis que a terra estava corrompida; porque toda a carne havia corrompidoo seu caminho sobre a terra", razão pela qual: "Então disse Deus a Noé. O fim de toda carne é chegado..." E o diálogo começa então a restabelecer-se, pois pelo que lemos no final do primeiro texto de hoje, num exemplo de obediência pronta em resposta ao Senhor:


"Assim fez Noé: segundo tudo o que Deus
lhe mandou, assim o fez" Gn 6.22

segunda-feira, 9 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma determinação divina

A doutrina bíblica da oração
A oração no AT - De Adão a José

Uma determinação divina

Leitura diária: Gênesis 5.1-11
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 33, 34 e 35

De certa maneira neste capítulo, o texto bíblico volta ao marco "zero" da revelação de Deus, pois o primeiro versículo nos retorna ao momento milagroso do Éden ainda. Parece que o Senhor Deus em sua presciência sabia da necessidade de marcar bem esta sua determinação precípua e primeira com respeito ao gênero da sua criatura por excelência. Ele, o Senhor da revelação, que já havia feito isto no capítulo 2 quando detalha melhor a forma que deu origem à criação do mundo e especialmente do ser humano, volta agora ao assunto no início deste capítulo 5 de maneira sucinta e determinativa.


"No dia em que Deus criou o homem,
à semelhança de Deus o fez. Homem e mulher os criou,
e os chamou pelo nome de homem, no dia em
que foram criados" Gn 5.1,2


Assim, podemos depreender na descritiva divina, mesmo nos manuscritos mais antigos, a ênfase dada pelo Senhor à formação do homem e da mulher como "uma só carne", no sentido de que ambos precisavam se conjugarem e se completarem pela união sexual para que houvesse a continuidade da espécie. Observem que ele chega a chamar a ambos, por um nome só, o nome de "homem", sua criatura. Tal texto teria sido mais uma vez ratificado por Deus, pois bem sabia ele em sua onisciência que mais cedo ou mais tarde o homem começaria a tentar perverter de forma ignobil este sublime propósito em sua concepção original.


Observem que na leitura do texto são citadas 3 gerações após Adão: Sete, Enos e Quenã, mas nenhuma menção é feita ao diálogo com o Senhor por meio da oração. Embora tenha sido nos tempos de Enos pelo que lemos ontem, "que os homens começaram a invocar ao Senhor", esta forma de invocação seria muito mais uma exclamação de medo e temor diante de algum acidente ou problema que o surpreendia, do que propriamente uma conversa em oração com o Pai, podemos assim depreender.



Que nós hoje, não esperemos o "susto" para recorrer ao Pai.



Oração para o dia: Usa-me, Senhor, com um espírito contrito e reverente de forma que minha busca pela vida de oração seja algo que me dê prazer e alegria.

domingo, 8 de julho de 2012

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - O reinício do diálogo com o Pai

A doutrina bíblica da oração
A oração - Sentido e significado



O reinício do diálogo com o Pai



Leitura diária:
Gênesis 4.8-26
Leitura da Bíblia em um ano: Romanos 14 a 16 e 1Coríntios 1 e 2


Este diálogo do Pai com a sua criatura que, nunca fora vivido em toda a sua intensidade e extensão na intenção primeira do Senhor, trilhado que fora, no início, numa via de mão única (somente ele falava), e depois, numa segunda via de medo e desconfiança (onde o Senhor inqüiria e o homem refugava), vai mudar depois de algumas gerações.


Com Caim não mudou... Nem com os seus descendentes que lhe seguiram depois nas bandas de Node, ao oriente do Éden, sendo que o diálogo do último de seus filhos com suas mulheres, é de triste lembrança: "Se Caim há de ser vingado sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete vezes", palavra esta que por si só, nos transmite o sentimento de revolta e de peso de consciência que imperava naquele coração. Isto, sem dúvida, impedia qualquer possibilidade de diálogo com o Senhor Deus para a descendência de Caim.

Já na nova linhagem de Adão a coisa vai mudar. Vai mudar de uma maneira espontânea e belíssima, sem que tenhamos o registro bíblico do fator que determinou esta mudança de perspectiva do diálogo com o Criador, por parte do ser criado. Não sabemos o "porque", mas temos o registro de que tudo mudou a partir do nascimento do filho de Sete, o filho que o Senhor dera a Adão e Eva para continuidade da descendência deles interrompida com a morte de Abel e o banimento de Caim, por seu pecado e maldição:


"A Sete também nasceu um filho, a quem pôs o nome
de Enos. Foi nesse tempo que os homens começaram a
invocar o nome do Senhor." Gn 4.26


Assim, se restabeleceu o diálogo pretendido pelo Senhor com a sua criatura. Iniciado na forma de via única, transformado depois numa via dupla de difícil expressão, era agora, finalmente, restaurado em todo o seu propósito divino, passando o homem "a invocar ao Senhor", ou seja, a iniciativa não seria apenas do Pai, mas sim do filho, que agora, começaria a buscar conversar com o seu Senhor, o Deus de seus pais, para pedir, agradecer, louvar e servir com toda a espontaneidade, sem reticências ou fugas.




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para ser uma pessoa que tenha acesso a ti, com toda a isenção e paz de consciência, pois procuro retamente viver perante ti.

sábado, 7 de julho de 2012

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MEDITAÇÕES DIÁRIAS - O diálogo continua reticente

A doutrina bíblica da oração
A oração - Sentido e significado



O diálogo continua reticente



Leitura diária:
Gênesis 4.1-7
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 30,31 e 32


Infelizmente, após o desastroso tríplice diálogo do Éden, na segunda geração de Deus, a primeira de Adão, o dialogo continuaria ainda reticente.

Não sei se os irmãos leitores já convieram com situações de diálogos de difícil construção. Pais e filhos, muitas vezes passam por isto. Cônjuges também. Na atividade profissional nem pensar: chefes e subordinados têm sempre momentos de reticências em seus diálogos. E, infelizmente, até na igreja, pastor e ovelhas, também pode ocorrer.

Por diálogos reticentes queremos mencionar a dificuldade muitas vezes existente para que as pessoas se abram umas com as outras. São palavras que deveriam ser ditas e se omitem, ou o contrário também: que deveriam ser omitidas e são ditas... São resistências pessoais de antipatia ou desconfiança mútua ou unilateral... São lembranças de atos ou palavras que magoaram uma das partes no passado e que não perdoadas ou reconhecidas, impedem que as pessoas se falem com sinceridade, franqueza e boa vontade.


Pois bem, foi isto que aconteceu com Caim. O filho de Adão seguiu a mesma trilha dos pais. Em vez de abrir-se para com o Senhor, diante do sentimento de frustração que sentiu ao ter a sua oferta ao Senhor preterida em favor da de Abel, refugou, refugiou-se num mutismo suspeito, a ponto do Senhor indagarlhe, como se não soubesse o motivo da contrariedade dele:


"Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante?" Gn 4.6


Isto ainda acontece hoje... Nos relacionamentos humanos são freqüentes tais situações. Entre pais e filhos, cônjuges, irmãos, amigos, membros da igreja, pequenas rugas no relacionamento nos levam a ficarmos reticentes uns com os outros, sem nos exprimirmos com lealdade e honestidade. Infelizmente, o mesmo ocorre com o nosso relacionamento com Deus. Nosso erros ou pensamentos estranhos nos afastam da comunhão com ele.




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para que por meio da confissão de meus erros e pecados eu me coloque com franqueza diante de ti, e assim possa receber o teu perdão.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

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MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma nova forma de relação

A doutrina bíblica da oração
A oração - Sentido e significado


Uma nova forma de relação

Leitura diária: Gênesis 3.20-24
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 27, 28 e 29


A partir desse momento, o monólogo até então existente vai tornar-se difícil. O ser humano fora da atmosfera divina do Éden, terá que em meio ao novo ambiente em que vai habitar, ouvir a voz de Deus por entre o torvelinho das mazelas humanas. Se no jardim havia calma e paz para a voz do Senhor passar e ser ouvida por Adão, agora, momentos de paz e conforto seriam difíceis, pois "espinhos e abrolhos" surgiriam e o suor resultante da faina diária, impediriam que a voz fosse ouvida com facilidade.


Quebrada a via de mão única, uma nova forma de relação entre o Pai e o filho teria que ser criada. O diálogo, era esta nova forma, mas, triste é reconhecer, que os diálogos ocorridos no desenlace do Éden não foram agradáveis para o ser humano. Para ele voltar-se agora e buscar o contato com o Pai, haveria ainda um longo caminho a percorrer, pois os obstáculos do medo, do temor, da desconfiança, do remorso, se interpunham no seu roteiro para o encontro com o Pai.


"O Senhor Deus, pois, o lançou
para fora do jardim do Éden, para lavrar a terra
de que fora tomado." Gn 3.23


Assim o que se iniciara com um envoltório de paz, amor e docilidade, na mão única que Deus percorria para ir ao encontro do homem,vai agora se transformar numa via de mão dupla, onde o Senhor, sempre estará disposto a fazer a sua rota para vir ao coração de sua criatura, mas esta, pelo pecado e pelo distanciamento espiritual, dificilmente fará o seu percurso no rumo do coração do Pai.

Nos dias de hoje, milênios já passados a situação é a mesma. O homem do presente século, envolvido pelo turbilhão da vida moderna, agitada e frenética, não tem tempo para falar com Deus. Muitas vezes só o procura mesmo, quando diante de alguma dificuldade sente as suas forças fraquejarem e se lembra então de recorrer ao Pai para encontrar o refúgio e o consolo necessários. Tudo começou com Adão, quando o contato franco e direto com o Senhor se rompeu pela presença do pecado. Hoje ainda é assim.




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para ter sempre momentos separados para falar contigo em oração. Que eu tenha prazer em fazê-lo em todos os momentos de meu viver.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Crianças



MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma transformação no Paraíso

A doutrina bíblica da oração
A oração - Sentido e significado

Uma transformação no Paraíso


Leitura diária:
Gênesis 3.9-19
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 24, 25 e 26


De repente, tudo mudou. Aquilo que era paz e tranquilidade num jardim de beleza e refrigério transformou-se repentinamente numa atmosfera de tensão, medo, reprimendas. A paz edênica foi quebrada para sempre, porque o primeiro diálogo que se estabeleceria entre o Ser incriado e o ser criado, foi de julgamento e de condenação.

Sem dúvida, este não era o propósito de Deus. Sua vontade intencional era que pela convivência harmoniosa que iria se estabelecendo, o homem pouco a pouco fosse perdendo o sentimento de temor com que via o contato com o Pai, e passasse a corresponder-se com ele em termos de harmonia, compreensão e paz.

Infelizmente, por causa da entrada do pecado, decorrência da vontade permissiva de Deus que desejava ver a sua criatura superar tal desafio, o primeiro momento de interação de voz e de expressões que se estabeleceu no Éden até então foi, de desconfiança e juízo:


"Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?"Gn 3.9


E daí para a frente o receio e o medo vão instalar-se no relacionamento que se estabeleceria daí para a frente na vivência da comunidade humana:


- Primeiro, o homem refugando... "Tive medo"...
- Segundo, o Senhor interpelando... "Quem te mostrou que estavas nu?"...
- Terceiro, o homem novamente escusando-se... "A mulher que tu me deste!"
- Quarto, o Pai inqüirindo. Agora da mulher... "Que é isto que fizeste?"...
- Quinto, a mulher esquivando-se também... "A serpente enganou-me!...
- Sexto, Deus condenando a serpente... "Porquanto fizeste isto, maldita ..."


E daí para a frente, a atmosfera tensa persiste. Deus estabelece o seu juízo sobre a serpente, sobre a mulher, sobre o homem, e o Filho de Deus vai ser lembrado pelo Pai para restabelecer a paz e a harmonia de seu plano primeiro.




Oração para o dia:
Usa-me, Senhor, para procurar estabelecer no ambiente em que convivo, onde quer que seja, uma atmosfera de paz e amor conforme teu querer.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Labirinto...

MEDITAÇÕES DIÁRIAS - A quebra da via de mão única

A doutrina bíblica da oração
A oração - Sentido e significado

A quebra da via de mão única



Leitura diária:
Gênesis 3.1-8
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 21, 22 e 23


Sim, o diálogo de mão única, de cima para baixo vai romper-se. Não pela vontade do Pai, mas pela interferência do pecado.

Aliás é interessante lembrarmos sempre que o diálogo de uma via apenas não era o plano primeiro do Senhor. Sem dúvida, com o desenvolver-se de sua relação com a criatura criada, ele iria começar a interagir com o homem e assim, o monólogo (a palavra de Deus ao ser humano), passaria a ser um efetivamente um diálogo, pois o homem passaria a falar também com o Pai (a oração do homem a Deus).

Infelizmente, isto não aconteceu naturalmente dentro da vontade intencional do Senhor. Ele gostaria que isto se desenvolvesse através do estreitamento do relacionamento entre ele e a sua criatura, mas não foi assim que aconteceu. A interferência do mal se deu, personificado na figura da serpente, e o relacionamento que estava se corporificando para uma feliz conjugação de idéias e pensamentos se quebrou.

É quando então o Senhor Deus vai chamar o homem à expressar-se perante ele. Quão bom teria sido que isto houvesse acontecido quando por ocasião da nomenclatura dos seres viventes!... O homem, extasiado com o esplendor da criação animal se voltasse para o Senhor e o louvasse por tal poder. Ou então, quando acordando, viu que o Senhor lhe dera a sua companheira!... O homem, impactado pela bênção da companhia que o Senhor lhe permitia ter daquele momento em diante, se voltasse para o Pai e agradecesse pela dádiva que recebera. Mas não foi assim, muito pelo contrário foi por causa do pecado que o Senhor vai despertar ohomem pela primeira vez, para o diálogo com o Senhor:


"E ouvindo a voz do SenhorDeus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e a sua mulher da presença do Senhor Deus, entren as árvores do jardim" Gn 3.8


Sim, o Senhor todo dia, passeava pelo jardim, fazendo ecoar a sua voz para que o homem o ouvisse e respondesse, mas até este dia, isto não aconteceu.



Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para com interesse e busca espiritual, procurar estar sempre disponível para ouvir a tua voz a falar-me ao coração.

terça-feira, 3 de julho de 2012

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MEDITAÇÕES DIÁRIAS - Uma oração em ordem

A doutrina bíblica da oração
A oração - Sentido e significado

Uma oração em ordem



Leitura diária: Gênesis 2.18-22
Leitura da Bíblia em um ano: Jó, capítulos 18,19 e 20


O segundo momento deste diálogo a uma voz apenas, evidencia mais uma
vez a oração de mão única. É o Senhor quem decide sobre o que é o melhor para sua criatura e de sua onipotência, onisciência e onipresença determina: "Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea."Aliás não sabemos sequer se esta determinação foi audível aos ouvidos de Adão ou simplesmente comunicada pela vontade interior do Pai ao intelecto mais íntimo do filho.


Esta segunda oração, além de ser também de mão única, tem uma outra característica que a iguala à primeira. Não houve naquela tanto quanto nesta, a participação do ser criado. A decisão é de cima baixo, do Pai de tudo para o filho do todo. Além do mais, tem também a mesma passividade humana da primeira. O homem ouviu ou sentiu, não sabemos como o Senhor as comunicou, e calou-se. Percebeu que da tal árvore não deveria comer, e que ele teria uma companheira a partir daquele momento. Em ambos os momentos o ser humano foi agente passivo da oração, acolhendo tacitamente, por sua reação à vontade manifesta pelo Pai em sua oração.


Porém, no caso da terceira oração que lemos também neste texto, a coisa vai ser diferente. O Senhor vai sentir a necessidade da participação do homem e vai dar-lhe o privilégio de ser agente ativo da oração de mão única. Ou seja, a oração foi ainda de cima para baixo, de Pai para o filho, mas, prenunciando o que viria a ser a marca do livre arbítrio que estaria dando à sua criatura, o Senhor vai chamá-lo a colaborar com a sua vontade (Gn 2.19).


Da terra formou , pois, o Senhor Deus todos os animais do campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome."


No tempo do Paraíso, a identidade do Pai com o filho era tal, que bastava a onisciência do Senhor se manifestar para que logo o filho se ajustasse aos desígnios dele. Os tempos vão mudar, e esta via de mão única passará a ser uma via de mão dupla, com muitas pistas a serem percorridas.




Oração para o dia: Usa-me, Senhor, para entender sempre o teu querer para os passos a dar na vida, não tomando nunca decisões sem que ouça o teu querer.