sábado, 21 de abril de 2012

O TESTEMUNHO DOS ANTIGOS – parte 2 - 2/6

Aos Hebreus 11:1-2

Felizes são os avós e mães que semeiam nos corações dos filhos e netos as lindas histórias de Jesus Cristo, como Salvador e Senhor. Algumas não sobrevivem para ver os frutos, mas dão ás gerações vindouras o privilégio de saboreá-los, como fazemos ao relembrar a vida do Pastor Ebenézer Gomes Cavalcanti.

II. O Testemunho é comprovado pelos altares que edificaram ao longo da jornada:
Era comum aos antigos erigir altares por onde passavam. Uma pedra  e um pouco de azeite derramado serviam para marcar uma experiência positiva e dar nome ao lugar. Abraão foi um grande construtor de altares em suas peregrinações. Jacó, o neto, lhe seguiu o exemplo. Desde o altar feito com a pedra que lhe serviu de travesseiro enquanto fugia do irmão, ao monte de pedras ao ser confrontado pelo sogro, como marco de fidelidade e honestidade os altares se sucediam.
São os marcos históricos da antiguidade, que fizeram a nossa história. Às vezes monumentos mudos que nos desafiam a compreender a história e as pessoas que a escreveram. Ebenézer nos legou alguns altares  especiais que carecem ser reafirmados como desafio e expressão de gratidão.


1. O altar da convicção da chamada para o Sagrado Ministério da Palavra: A vocação pastoral é algo impossível de se explicar. O ser pastor não é uma profissão, embora muitos na atualidade façam do ministério pastoral rendosa profissão. É algo que só o vocacionado consegue entender. Persiste um mistério entre o chamado e aquele que o chamou. Certo medo e temor de não alcançar os resultados propostos por aquele que vocaciona: DEUS.
Através dos anos o vocacionado se sente pressionado pela grandiosidade da tarefa e os ínfimos resultados alcançados. Sempre há a afirmação do apóstolo: “Quem é digno de tal investidura?”. Só a misericórdia divina dá ao vocacionado a certeza de que foi chamado e não há como não atender.

Não foi diferente com o Pr. Ebenézer, um paraense de nascimento e baiano de coração, que construiu altares ao longo da vida. O seu caminho de Damasco foi suave, e assim ele relata a sua vocação: “O Espírito ia operando em mim. Eu já tinha a visão celestial do ministério, e já vinha orando: “Senhor que queres que eu faça”? Ninguém me falou diretamente. Ninguém me persuadiu. Ninguém me fez apelo emocional ou racional”. Foi a voz silente do Espírito Santo que o levou ao ministério. A cada ano de consagração ao ministério, Ebenézer escrevia em sua Bíblia uma reflexão. São registros que lembram a sublimidade da vocação pastoral.
No primeiro ano, 8 de Maio de 1937, um sábado, ele registrou: “Fazem hoje 12 meses que fui consagrado ao ministério. Deus me tem abençoado, graças a Ele! Que me reserva Ele no futuro? Eu só sei que devo estar em suas mãos, única condição possível de sucesso verdadeiro. Que devo entender porém, pela expressão ‘estar em suas mãos’? A minha consciência percebe o que é, contudo não devo permitir que ela fale sozinha. Tenho a palavra escrita. Tenho a experiência. Uma coisa peço a Deus: Fé crescente. Com ela estarei seguro e cumprirei meu ministério. Amém”.

A análise do texto nos revela um homem que andava pela fé, mas sem abrir mão da razão. Embora a fé não seja definida na Bíblia, pode ser explicada pelo equilíbrio das decisões que a própria fé nos leva a fazer. Lições necessárias nos dias atuais, quando muitos pregoeiros do Evangelho propõe uma fé irracional, não condizente com a verdadeira fé exarada na Bíblia. Assim, ano após ano, Ebenézer ia registrando seu aniversário de consagração ao ministério. Caminhava com Deus sob a orientação do Senhor. Alguns anos após sua consagração ao ministério, Ebenézer escreveu em uma de suas bíblias: “Hoje, 8 de Maio de 1966, 30 anos após minha consagração, rendo graças a Deus, pela direção, misericórdia e graça com que me tem assistido. Se me fosse dado recuar no tempo, começaria tudo de novo”. Foi um homem de Deus que podia olhar o passado sem ter de que se envergonhar. Não deixou manchas que pudessem macular seu ministério.
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