quarta-feira, 25 de abril de 2012

O TESTEMUNHO DOS ANTIGOS – 6 - parte final

Aos Hebreus 11:1-2

III. O testemunho dos antigos gera responsabilidade e compromisso aos que fomos enriquecidos com os tesouros que nos legaram, desafiando-nos a completar a obra iniciada.

“Pela fé os antigos alcançaram testemunho” (Heb 11.2). Após listar os heróis da fé em sua admirável galeria, o autor desafia a geração presente ao escrever: “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa; provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados” (Hb 11. 39-40). Estas palavras me apavoram, causam-me profundo temor diante de Deus pela responsabilidade que exigem de todos nós. Apesar do testemunho que deram, a obra não foi concluída, não foram aperfeiçoados, ainda resta algo para ser feito. Esta verdade me leva ao texto em que Deus diz a Josué: “Já estás velho, entrando em dias e ainda muitíssima terra ficou para possuir” (Josué 13.1). Isto significava que as gerações futuras teriam que continuar a tarefa iniciada por seus antepassados. Levar avante os ideais e as verdades defendidas pelos pioneiros.

Ou ainda as palavras de Jesus aos discípulos no momento da despedida: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (João 16.12). Mas Jesus os consola: “Mas o Consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26).Temos uma história. História de uma vida que se colocou nas mãos de Deus e foi usada poderosamente pelo Senhor. O exemplo de fidelidade e compromisso com Deus, com o ministério, com as doutrinas, com a igreja, com a denominação, serve como desafio a continuarmos com dedicação a obra iniciada há 100 anos.

Deus usou Ebenézer conduzindo-o por caminhos difíceis. A mensagem que sua avó lhe transmitiu no recesso do lar, no culto domestico, gerou na vida do menino, a convicção inabalável das verdades exaradas na Bíblia. Sua aceitação de Jesus Cristo, como único Salvador o fez fiel ao Senhor. Sua pregação predileta tinha como tema o sangue de Jesus derramado na cruz pelo pecador. Mensagem que não fica velha e não precisa de rebuscado discurso. Não carece do arroubo de oratória; por si só ela produz fruto. Pois “o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado”. Fruto da graça bendita que emana do coração de Jesus pelo pecador.

Se fosse possível trazer Ebenézer de volta, colocá-lo no púlpito e solicitar uma mensagem para nossa geração, creio que ele repetiria o seu amor à denominação. Diria à denominação para continuar firme nas pegadas de Jesus, sem deixar de ser Batista. A escoimar do seu meio tudo aquilo que não é Batista e não tem compromisso com os Batistas. A sua querida Igreja ele diria para persistir comprometida com Cristo, transmitindo mensagens cristocêntricas. Comunidade de amor a fazer diferença nesta cidade tão carente de Jesus. Uma igreja de Jesus, comprometida com Jesus, vivendo o evangelho de Jesus, sem se deixar macular com os modismos que assolam os púlpitos atuais. Igreja de Jesus, apenas igreja de Jesus.

Aos filhos, netos e demais familiares, ele os aconselharia: Aos que estão firmes em Cristo, a permanecerem com os olhos fitos em Jesus. Aos que se deixaram afastar dos caminhos do Senhor, e do servir à igreja com amor e dedicação, que voltem ao lar e ao convívio com os santos. A cada um de nós ele diria: Continuem fiéis a Jesus Cristo, amando-o, testemunhando do seu amor, comprometidos de tal modo que ao findar a jornada, possa exclamar convictos: “Eu sei em quem tenho crido” (II Tim 1.12), “por isso em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evangelho da graça de Deus.” Assim procedendo confirmamos com a vida o testemunho do autor de aos Hebreus 11.4, “Dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela (a fé) depois de morto ainda fala”. Ebenézer continua falando e pregando com o exemplo de fidelidade que nos legou. A responsabilidade dessa geração é grande. Temos os exemplos bíblicos, temos o exemplo dos heróis da fé. O trabalho que realizaram persiste testemunhando fidelidade a Cristo, portanto, uma pergunta se faz necessária: Quando completarmos o primeiro centenário de nascimento, o que dirão de nós os nossos filhos, netos, bisnetos, e a geração futura? Terão algo a comemorar? Seremos lembrados? Como?

Nenhum comentário:

Postar um comentário